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registro de autoridade

Planetário

  • Entidade coletiva
  • 1970

Anos 70

A história do Planetário começou no início da década de 70 com um pedido feito pelo Prof. José Ubiratan de Moura, que na época lecionava a disciplina de Cosmografia para a Geografia, de um equipamento chamado telúrio que é um tipo de planetário, um modelo didático simples para colocar em cima de uma mesa, no qual se pode simular o movimento da Terra em torno do Sol em um referencial heliocêntrico. Porém o pedido não foi compreendido pelos técnicos do governo federal e como o MEC estava em negociação com o governo da Alemanha Oriental, Goiânia foi escolhida para receber um planetário. A surpresa foi tamanha na UFG quando chegou o equipamento pedido, porém o que foi entregue não caberia na mesa do Prof. Ubiratan: um Planetário Zeiss Jena Spacemaster e um telescópio Zeiss, Cassegrain 150 milímetros de diâmetro e distância focal 2.225 milímetros.

Após a doação do equipamento pelo MEC, a Universidade Federal de Goiás através do reitor Prof. Farnesi Dias Maciel Neto, fez um acordo com a prefeitura de Goiânia, com o então prefeito Iris Rezende, para que esta construísse a sede do Planetário. O local escolhido pela prefeitura foi o Parque Mutirama. Grande parte das pessoas não tinham idéia da importância do planetário. Segundo entrevista realizada com o Prof. José Ubiratan de Moura (Moura, 2008), a maioria das pessoas pensava que o planetário era apenas um novo brinquedo que tinha chegado ao Parque Mutirama.

A inauguração foi feita no dia 23 de outubro de 1970 e contou com a presença de autoridades da época e convidados. A primeira sessão foi Viagem ao Sistema Solar, que foi gravada na Rádio Universitária por Edgar Montório. O primeiro diretor do Planetário foi nomeado pelo reitor Prof. Farnesi Dias Maciel Neto, que foi o Prof. José Ubiratan de Moura, o qual pertencia ao extinto Instituto de Química e Geociências, e permaneceu no cargo até a paralisação das atividades ocorrida em 1972.

Também trabalharam no Planetário nesse período o professor José Eduardo Albuquerque de Macedo Costa e o Engenheiro Prof. Jaci Fernandes. Antes da inauguração do Planetário da UFG, os professores José Ubiratan e José Eduardo foram conhecer as instalações que estavam sendo feitas para abrigar o Planetário do Rio de Janeiro, que ficou pronto depois do Planetário de Goiânia.

Os técnicos da Zeiss Jena quando vieram montar o equipamento, deram instruções diversas sobre o funcionamento do equipamento. Eles disseram que dentro da sala da cúpula não podia ultrapassar 50 % de umidade para preservação do equipamento. Mas a sala tinha apenas três aparelhos de ar-condicionado.

O prédio construído pela prefeitura foi muito mal acabado em termos de estrutura física e não contemplava a grandiosidade e o valor de um planetário. O edifício já possuía uma cobertura interna (cúpula) que é original e ainda presente no Planetário, no entanto, a cobertura externa não suportou as chuvas no primeiro ano. Os professores Ubiratan e José Eduardo passavam as noites chuvosas, colocando lonas plásticas sobre a cúpula, para impedir infiltrações de água e evitar maiores danos. Tudo inútil, primeiro porque as crianças que adentravam ao Parque Multirama retiravam as cordas que as prendiam, e as levavam para brincar, e segundo quando as deixavam formava-se um ambiente de muito calor e umidade na própria cúpula. Os vazamentos de água começaram a danificar os equipamentos. Eles tinham que ser cobertos com plásticos toda vez que chovia. Havia também uma pequena sala que funcionava como tesouraria.

O Prof. José Eduardo conta que certa vez durante a apresentação de uma sessão, houve um curto-circuito no aparelho. Dessa maneira, foi decidido que era melhor desativar o equipamento e paralisar as atividades do Planetário até que um novo prédio mais adequado fosse construído. Em 29 de agosto de 1972 o Planetário parou de funcionar, devido a esses problemas com as infiltrações do edifício.

Nesse período houve danos na parte metálica e o surgimento de alguns fungos nas lentes. Por alguns anos o Planetário ficou fechado, já que a UFG não tinha recursos financeiros para reformá-lo. A Universidade Federal de Goiás ficou com a parte de recuperação e conserto do projetor e o governo do estado de Goiás, em nome do governador Irapuan Costa Júnior com a ampliação e construção do prédio atual.

Para o conserto do equipamento, a empresa CETEMAC ganhou a licitação feita pela UFG. O equipamento foi desmontado por Edgar Buehler, por seu pai Ervino Buehler e o Prof. Ingo Orlando Hinckel (Planetário da UFRGS). As peças do Planetário foram embaladas e enviadas para o Rio Grande do Sul. Os reparos foram realizados com sucesso e o equipamento voltou a funcionar normalmente.

Em 30 de março de 1977 foi reinaugurado o Planetário da UFG com o Prof. José Eduardo Albuquerque de Macedo Costa como seu diretor. O Engenheiro Eletricista Isaul Gonçalves Montijo foi contratado também em 1977 para ser o responsável técnico pela manutenção do projetor Zeiss Spacemaster. São originais a cúpula interna e as poltronas da sala de projeção. O equipamento foi remontado em Goiânia por Edgar Buehler e por Ary Nienow (Planetário da UFRGS).

Em outubro de 1978 foi contratado para o Planetário o Prof. Aloísio da Silva que ficou até o ano de 2002. Vieram para Goiânia outros dois professores em 1979 para fazer parte da equipe do Planetário da UFG, Irineu Gomes Varella (Planetário do Ibirapuera, atual Planetário Aristóteles Orsini e Planetários de São Paulo) e Cláudio Souza Martins (Planetário do Rio de Janeiro atual Fundação Planetário da cidade do Rio de Janeiro). O Prof. Irineu Gomes Varella entrou no início do ano e ficou apenas oito meses trabalhando no Planetário e voltou à São Paulo. O Prof. Cláudio Souza Martins entrou em 1 de setembro desse mesmo ano e foi efetivado como professor da UFG e permanece no cargo até os dias de hoje.
Em 1979 o Prof. José Eduardo deixou o cargo de diretor e o Prof. José Ubiratan assumiu novamente a posição de diretor do Planetário.

Anos 80

É um período bastante produtivo para o Planetário, com a criação e realização de diversos cursos, além do expressivo aumento do público e principalmente no final da década de 80, a grande visitação de escolas tanto públicas quanto particulares que visitaram o Planetário. Nesse período também aconteciam palestras e entrevistas fora do Planetário, geralmente em escolas ou sobre acontecimentos astronômicos para jornais, sendo uma forma de divulgação.

Em 1980, ocorreu um fato marcante na vida do Planetário que foi a criação dos cursos de Iniciação à Astronomia. Eles foram elaborados em três modalidades,I, II e III, para o público em geral. Era necessário ter Ensino Fundamental para poder fazer o curso e era cobrada uma taxa simbólica que em geral durava cerca de 4 meses.

O primeiro curso ocorreu em 1980, dos meses de março a novembro. Nessa década de 80 os cursos eram feitos semestralmente nas modalidades Iniciação à Astronomia I, II, III e eram dados pelos professores José Aloísio da Silva e Cláudio Souza Martins com os seguintes temas relacionados à Astronomia: “A Terra, o Sol e outros elementos do Universo”, “O Sistema Solar”, “Estrelas e Constelações”, “A Terra, a Lua e o Sol”, “Estrelas e Sistemas Estelares”, “Nebulosas e Galáxias”. Também ocorreram nesse período cursos de atualização para professores de Geografia e Ciências do Ensino Fundamental e Médio que duravam em média uma semana no mês de julho, no qual participavam professores de Goiânia, do interior de Goiás e do Triângulo Mineiro.
Nesse mesmo ano aconteceu a inauguração do Observatório Astronômico Canopus, tendo sua sede localizada no Campus II da Universidade Federal de Goiás. O nome Canopus foi escolhido devido ser esta a estrela que representa Goiás na bandeira do Brasil. Foi construído esse local para ser colocado o Zeiss Telescópio Cassegrain 150 milímetros de diâmetro e distância focal 2.225 milímetros para se fazerem observações do céu, já que antigamente esse local era longe das luzes da cidade.

Houve uma visita de técnicos vindos da Alemanha Oriental para darem revisão no aparelho, pois foi necessário comprar peças novas para repor o projetor.

Anos 90

O início dos anos 90 é marcado pela mudança dos diretores do Planetário com a aposentadoria do Prof. Ubiratan, assim o Prof. Cláudio Souza Martins assumiu a diretoria de 16 de abril de 1990 a 22 de fevereiro de 1994 e depois o Prof. José Aloísio da Silva assumiu e ficou até meados dos anos 2000.

No ano 1991 o Prof. Juan Bernardino Marques Barrio foi contratado para o quadro da instituição. Em novembro de 1999, ele licenciou-se para fazer doutorado na Espanha.

Nos anos 90 continuou a aplicação de cursos de extensão para a comunidade nas modalidades I e II, ministradas pelos professores Cláudio Souza Martins, José Aloísio da Silva e Juan Bernardino Marques Barrio com os seguintes temas: “Nebulosas e Galáxias”, “Observação e Instrumentação Astronômica”, “O Sol e as Estrelas”, “Terra e Sistema Solar”, “Da Contemplação ao Telescópio Espacial”, “Astronomia Estelar”, “Galáxias e Cosmologia”, “O Sol”, “O Sistema Solar”, “O Cosmo segundo Carl Sagan”, “A Terra e o Universo’, “A Terra, o Sistema Solar e o Universo”, “Cosmologia”, “As Estrelas”, “Astrofísica Geral“, “Astronomia Fundamental”.

Também foram realizados cursos de atualização para os professores de Ensino Fundamental e Médio, com temas relacionados à Astronomia e aulas da disciplina de “Conforto Térmico” para o curso de Arquitetura da Universidade Católica de Goiás.
Outra curiosidade é que durante a diretoria do Prof. José Aloísio da Silva, este providenciou o cercamento do entorno do Planetário, em comum acordo com a diretoria do Parque Mutirama, com recursos da UFG e depois se fez a entrada atual independente do parque.

Século XXI

Continuaram as atividades de extensão que são os cursos até o ano de 2005, dados pelos professores José Aloísio da Silva, Cláudio Souza Martins e Juan Bernardino Marques Barrio com os temas: “O Sistema Solar”, “Observação Astronômica”, “O Cosmos de Carl Sagan”, “Distâncias Astronômicas”, “As Estrelas”, “Astronomia no Mundo”, “Galáxias e Cosmologias”, “O Universo”, “Investigando o Céu e o Sistema Solar”.

Em 2000 o Engenheiro Eletricista Isaul Gonçalves Montijo aposentou-se, porém, ele ainda permanece atuando na mesma função como responsável técnico pela manutenção dos equipamentos. No dia 5 de junho de 2002, o Prof. José Aloísio Silva se aposentou e ocorreu uma nova gestão do Prof. Cláudio Souza Martins, o qual ficou apenas um ano no cargo para que o Prof. Dr. Juan Bernardino Marques Barrio assumisse a função de diretor em 6 de junho de 2003.

Em agosto de 2004 aconteceu um fato marcante na vida do Planetário da UFG, pois nessa data ocorreu a oposição do planeta Marte. Em uma única noite vieram 1.480 pessoas para serem atendidas por apenas três professores (Cláudio, Juan e Isaul). As atividades foram a observação do céu através de um único Telescópio Celestron de 8”, e simultaneamente a sessão Viagem a Marte na sala da cúpula.

A grade curricular do curso de Geografia mudou novamente em 2005 e a nova disciplina vinculada ao Planetário foi denominada “Fundamentos de Astronomia”, com todas as aulas ministradas no edifício do Planetário.

O ano de 2005 foi marcado por festividades da comemoração do aniversário de 35 anos do Planetário da UFG, entre elas a realização da X Reunião da ABP (Associação Brasileira de Planetários) ocorrida entre os dias 21 a 25 de outubro, exatamente na semana do aniversário da fundação da instituição. O fato marcante dessa reunião foi o destaque dado para o debate profundo e acadêmico sobre Ensino de Ciências nas mesas redondas: “Os Planetários no Ensino Informal” e “O Ensino Formal nos Planetários”. Houve igualmente o debate a respeito de como captar recursos para os Planetários em outra mesa redonda.

No início de 2007, ocorreu a última reforma interna e externa do edifício do Planetário. Houve mudanças significativas no espaço interno. A antiga sala de aula foi dividida em dois ambientes: sala de reuniões e espaço de convívio e surgiu um novo ambiente, o auditório com capacidade para 60 pessoas. A sala dos professores passou a ser a biblioteca inicialmente e mais recentemente apenas como sala de estudos e informática dos mestrandos. Em 2009 a biblioteca passou a compor também a sala de reuniões.

Em março de 2007 iniciaram-se as atividades do mestrado em Ensino de Ciências e Matemática com sede no Planetário da UFG, possibilitando a captação de novos recursos financeiros para melhorias internas na infra-estrutura, aquisição de equipamentos e material bibliográfico, além de causar uma “injeção” de ânimo na instituição, que passou a ter muito movimento de estudantes e professores da UFG diariamente.

Em 2008, o autor Juan Bernardino Marques Barrio e os colaboradores Cláudio de Souza Martins e Manoel Alves Rodrigues Júnior escreveram uma parte de Astronomia com cinco unidades no primeiro volume do livro Curso de Licenciatura em Física, do Consórcio Setentrional – Licenciatura em Física à distância, publicado pela Universidade Católica de Goiás, Universidade Estadual de Goiás e Universidade Federal de Goiás, como parte dos materiais utilizados no curso à distância para professores.

Em 19 de maio de 2008 foi contratado o Prof. Dr. Paulo Henrique Azevedo Sobreira para o quadro do Planetário.
Para 2010 será lançado o livro Educação em Astronomia pela Universidade Federal de Uberlândia. O autor Juan Bernardino Marques Barrio escreveu o capítulo “A investigação educativa em Astronomia: os Planetários como espaço de ensino e Aprendizagem”e o autor Paulo Henrique Azevedo Sobreira tratou sobre o assunto “Estações do ano: concepções espontâneas, alternativas, modelos mentais e o problema das representações em livros didáticos de Geografia”.

Ipê Rosa

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